quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Como quem torna...

Brilhante, sadio...
Deslumbra noites a fio
O luar.
E de fio a pavio
Procura-lhe o olhar.

De mel e doce paladar
Vem correndo e escorrendo
Sem tocar,
Respirando o vapor a fino medo.

Espreita e recua o dedo,
Rasgando a parede de céu,
Que cedo
Esmorece a cor.

Desmaia o lábio de seda,
Pelo rasgo amargo do vinho,
Um só despenda,
Fecha os olhos e segue caminho.

Reluzente toque brusco,
Desliza e aperta sem ver,
É o Lusco-fusco
Calmante, vibrante, de não se perder.

Fechado de neve morna,
Espera a mil, o piscar do olho,
Como quem torna
A ansiar que lhe entornem o molho.

sábado, 8 de dezembro de 2007

Especial...

Sinto-te como o vento,
Arejado, que sem tento
Repassa-me o coração,
Avivando-lhe a chama.

Inteiro, mas por pouco,
Não resisto e fico louco,
Esperando o doce abraço,
Sereno, que aconchegue o meu regaço.

Sentir-me-ei seguro então,
Ouvirei as palavras de perdão,
Unindo cada pedaço,
Suplicando que sejam as últimas e que
Apertem cada vez mais nosso enlaço.

Farei aí, com que o tempo congele...
Esperando o teu olhar no meu,
Respirando leve sobre a tua pele,
Negando que quero ser teu,
Abrindo um sorriso,
Nervoso, e esperando não ser preciso,
Dizer o quanto és importante,
Especial, e que de hoje em diante
Serei eu, enquanto tu, fores tu.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

No tempo que lá vai.

Torço-me para a parede branca,
Assim como as lavadeiras,
Que no tempo que lá vai,
Torciam as roupas
Que escorriam negridão.

Serei a água,
Ou o negro sujo?
Aguento a mágoa
Ou será que fujo?

Estico-me pelas estreitas ruas
Como se fossem caminhos de cabras
Onde os antigos pastores
Ouviam o chocalhar dos badalos.

Serei a pedra da calçada
Ou o som do badalo?
Aguento a facada
Ou será que não me calo?

Rodo-me como as rodas das carroças
Que puxadas, rebatiam o pó
Á medida de cada trote,
Ao som de um relincho
Dos negros cavalos.

Serei o rebater da roda,
Ou a razão do trote?
Corto a justa corda
Ou será que aqui fica até à morte?

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Sufoco.

Tenho a alma no pé
E no pé, a cabeça do pensamento.
Sinto no peito a fé
E no chão, faz a boca o juramento.

Juro de medo arrepiado
Que a alma voltará ao peito
E o pensamento será desviado
Tal como a cabeça voltará a seu jeito.

Os olhos apertarão a garganta
Que de respeito sufocará
A alma que no peito já não manda
E ao pé regressará.

Se o pé a chutar,
Restará nada de mim,
E pedirei para em teu ombro encostar
Este corpo sem alma, sem fim.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Os olhos.

Os olhos pesados,
Da noite de fogo,
Acabaram por fechar
E deitaram-se mais uma vez sem fôlego.

O respirar da noite
Toca-lhes friamente,
E num forte açoite
Abre-os de repente.

São estrelas cadentes,
A lua numa chama,
São buracos negros,
Os olhos de quem procura uma cama.

O frio que queima os ossos
Já não deixa o corpo levantar,
E os olhos, já nervosos,
Acabam, de novo, por fechar.

Mais uma noite irá passar,
Se a sorte o cobrir,
Pois no dia em que o abandone,
Fechar-lhe-á os olhos,
E para sempre o fará dormir.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Do ar da noite.

Dormem nas pedras da chaminé,
Deitam-se como garças,
E na noite, de pé,
Vestem suas farsas
E fogem do medo.

Retalham a vida que há,
E a que já jaz,
É trocada,
É vingada
Na sombra da lua
Sem véu,
Na luz do céu
Que empurra as estrelas.

Rodadas em pano,
Gritam em chamas viúvas
Que lhes envergam o engano
Do ar da noite.

Regressam de ventre lavado
Na fonte seca,
Dos olhos ao nariz acordado
Não há quem aguente e lhe meta
A cabeça de mel,
Na sarjeta
Sem nada, sem papel.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Somos aqueles que são sendo.

Somos aqueles que são sendo.
Somos os que são,
Somos os que vão,
Somos os que têm medo
De não ter medo algum.
Somos nenhum.
Somos os em vão,
Somos os em cheio,
Somos os que têm rasgos
Nas calças despidas.
Somos todos
No centro,
Somos os que esperam
Que não saiam.
Somos os que rodam
E somos sentados
Sem volta,
Somos de cor.
Do vento que rosna
Somos por dentro
Do gosto, e na hora da despedida
Somos aqueles que são sendo.

(Título e inspiração na frase de Paulo: "Somos aqueles que são sendo" BLOG: http://senoceid.blogspot.com)

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Só pedia...

Amei sem querer,
Sem poder esquecer
O que me abre o peito
E me deixa assim sem jeito,
Sem olhos de futuro
Com tristeza no orgulho
Ferido, sem cura,
Com uma terrífica amargura
Que teima em não desaparecer.
E mais que peça para no espaço te perder,
O teu olhar esboça-me um leve sorriso
E o meu coração volta a aquecer
Mais uma vez sem ser preciso.

Só pedia serenidade,
Só pedia sinceridade,
Só pedia a verdade...

Sem ti saberei alcançar-me?
Não te vendo perderei este apêndice de dor?
Espero concentrar-me
Em ser feliz sem ti.

Dói tanto "sem ti",
Quanto mais me lavo em mar
Menos sinto vontade de avançar
Para longe do que vivi,
Mas em ti ficar
Significa ver-te sem mim,
Nem ao de leve te poder tocar,
Significa que apenas te vou olhar
Ao longe, com alguém
Que não eu, um ninguém.

Acredito que à medida que avanço,
Olharei para trás e sorrirei,
Mas hoje onde não há descanso
Só queria perder-me no sono
E tentar não me afogar
Para conseguir acordar,
Olhar para o meu pulso
E relembrar o desejo
Que sem uso
Me transforma no que não vejo.

sábado, 8 de setembro de 2007

Deixa-me fazer-te...

Deixa-me olhar-te,
Sentir o teu respirar
E poder venerar-te
Sem que fujas ao meu piscar.

Deixa-me tocar-te,
Passar minha voz no teu pescoço
E conseguir para mim virar-te
Sem que fujas como quem ruma a um fosso.

Deixa-me falar-te,
Abrir meu coração rasgado
E num aceno alcançar-te
Na essência do meu corpo espelhado.

Pouco posso fazer,
Pois apenas sou um aprendiz
Mas deixa-me aprender,
Deixa-me fazer-te
Feliz!

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Poderíamos.

Poderia ser num toque.
De mãos, de lábios.
Um toque de cumplicidade
Dos nossos corpos sábios.

Poderia ser num grito.
De desespero, de aflição.
Um grito do fundo
Da nossa alma sem perdão.

Poderia ser num olhar.
De denuncia, de entendimento.
Um olhar de céu
Do nosso carregado pensamento.

Poderia ser num gesto.
De suavidade, de violência.
Um gesto de lavado
Do nosso ego em evidência.

Poderia ser num toque,
Mas nunca me tocaste.
Poderia ser num grito,
Mas nunca me gritaste.
Poderia ser num olhar,
Mas nunca me olhaste.
Poderia ser num gesto,
Mas nunca me mimaste...

Poderíamos ser o que nunca fomos,
Sairmos do que somos:
Estes opostos gomos
Na mesma fruta que torna sem donos
Nossos corações que como fornos
Nos vão derretendo,
Queimando,
Até ficarmos cinza.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Sentidos.

Vejo o céu azul
E a cor do vento,
Sinto o salgado do mar
E o gosto do meu lamento.

Sei por onde navegam as rochas,
Onde ficam as caravelas,
O que querem os pássaros
Que pousam nas janelas.

Oiço uma cantiga
E uma pintura,
Uma parede nua
Onde só vive verdura.

Toco nas rugas do pensamento
E no som do descanso,
No vazio da sala
Onde cheio de dor, danço.

Só não sei quem sou,
O que quero,
Não me sinto nem me dou
Ao que realmente espero.
Não me oiço nem me vejo,
Não me sinto nem alcanço
Este desejo,
Que é sentir o gosto do teu pranto.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Porque...

Porque existe alegria,
Dentro do coração,
E que desce sempre fria
Querendo um empurrão.

Porque existem momentos de sorte,
Que num piscar de olhos
Se transformam em morte
E põe do avesso o nosso norte.

Porque existem aquelas pessoas especiais,
Aquelas a quem nunca dizemos não,
A quem damos sempre mais
Do nosso terno coração.

Porque existem amigos do peito,
Que vibram connosco na loucura,
Que sempre que é preciso estão a jeito
E nem precisamos de estar há procura.

Porque existem olhares que substituem mil palavras,
Que nos deixam enternecidos
Ou que nos põe em alta as armas,
Matando os olhares que falam adormecidos.

Porque existem sonhos que se seguem,
E outros que morrem sem saírem,
Que se desvanecem
Sem nunca partirem.

Porque existe vontade,
Força para lutar,
Para alcançar a verdade
Por mais dura que seja, apenas para durar.

Porque existe esperança,
Aquela esperança cega
Que nos tira a força no meio da dança
E a verdade não nos nega.

Porque existem pessoas engraçadas
Que para rir basta sorrirem,
Pessoas desgraçadas
Que sem dentes não passam sem mentirem.

Porque existem amizades
Que valem todo o esforço,
Pois nas adversidades
Elas salvam nosso corpo.

Porque existem bons momentos,
Fulgorosos ou pacíficos,
Momentos sedentos,
Momentos terríficos.

Porque existem pessoas que são mais que tudo,
Que nos levam até onde nunca havíamos chegado,
Que nos deixam num fundo
Quando saem de nosso lado.

Porque existem sorrisos entre a tristeza
E em breves segundos saímos da vida,
Sorrisos de leveza
Que apagam a vida perdida.

Porque existem loucuras no meio do nada
Que num sopro surgem
E numa volta já larga
Nos sacodem a ferrugem.

Porque existem lembranças
Das boas e das más situações,
Dos velhos, das crianças,
E também dos bebés chorões.

Porque existe diversão
E nada mais importa,
Quando o barulho estremece o chão
É só fechar a porta.

Porque existe a doidice genial
E dum rabisco sai uma obra,
E pensando que é divinal
Ignora-se uma ou outra dobra.

Porque existem abraços inesquecíveis,
Suaves, apertados,
Toques imperdíveis
De impossíveis enamorados.

Por tudo isto e muito mais
Ficarei sempre atento,
Olhando o vento
Deste meu portentoso cais.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Corpo. Alma.

Deito o corpo
Que não descansa desde muito.
Que anda louco,
Faminto...
Doido por descansar
No regaço do sono
Que lhe dará que pensar
Em torno de seu dono.

Ou dona?
Será o corpo servo da alma?

Descanso a alma,
Pouso no chão frio minha palma,
Minha mão esfria com calma:
Serenidade, quietação.

O corpo pede perdão,
A alma diz que não:
"Salvar-te-ei se desculpado não fores.
Aquando redimido
E na pele sofrido minhas dores,
Terei meu destino cumprido.
Aí, vou partir."

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Saudade.

Saudade do que nunca tive,
Do que nunca ouvi,
Do que nunca senti,
Saudade do que nunca perdi.

Saudade do anseio
Que me percorre no meio
Do receio que creio
Ser na verdade o meu passeio
Sem fim.

Releio páginas escritas
Do passado,
Palavras não ditas
A quem reveste meu fado.

Saudade dos tempos que vão,
Da serena felicidade
No terno serão
Que é próprio da tenra idade.

Saudade do que quero
Deste incompreensível império,
Onde olho minha face e desespero
Por saber que meu precioso coração é visto como um vulgar minério.

É a saudade,
A saudade do que sempre foi minha vontade...

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

A viagem...

Veloz sem se ver,
Quente sem se tocar,
Triste com o olhar,
Triste sem perceber.

Trocaria mil voltas num passo,
Num passo breve e curto,
Por um forte abraço,
Por um leve repuxo.

Romaria a mil portas
Se preciso fosse,
Levantaria minhas mãos mortas
A quem me dissesse teu nome doce.

Olhar-te-ia com aqueles olhos,
De fresco fulgor,
De terno amor,
Os olhos sem dor...

Pois se possível fosse,
Ter teu nome doce
Em meu colo enxuto,
Falaria em bruto
Este som mudo.

Como se pudesse ser...
O meu coração ver
O que os olhos estão a perder.

domingo, 12 de agosto de 2007

Viver. [Nada derramado.]

Viver,
Ter vida e existir,
Durar...
Habitar e resistir.

Viver é comportar-se,
É Nutrir-se, alimentar-se.
É ter relações,
Consagrar a vida,
Passá-la em serões.

Definições existem,
Mas não aceito
Que não me deixem viver a preceito.
Quero soltar o fogo
Que em mim arde,
Quero tardar o sono
Que me desfaz a tarde.

Sinto que não sou compreendido,
Não me são justos
Os que mais justos me deveriam ser,
Estou a perder...

Sou apanhado por uma flecha,
Que mesmo não sendo para mim,
Abre uma brecha,
Deixa-me um vazio sem fim...

Vingarei este nada derramado,
Serei amargo,
E não mais o tardo
Pois beberei o leve travo,
Deste nada derramado.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

(Des)controlado.

Ao som do nada,
Ao toque da mão,
Não vejo nada,
Não mereço perdão.

Meus braços mexem,
Não lhes peço,
Reviro-me e eles crescem,
Encolho-me e já não os meço.

Aventuras paradas,
Segredos amarrados,
Escavo nas entradas,
Encontro os errados.

Singela madrugada,
Teima em surgir,
Todo o dia, após a noitada,
Faz-me em sangue esvair.

terça-feira, 31 de julho de 2007

Rente. (A verdade.)

Rente ao mar
Vejo água,
As pedras,
Sinto-as, assim como o ar.

Rente ao campo
Vejo flores,
O pasto,
Sinto-os, assim como dos pássaros oiço o canto.

Rente à cidade
Vejo pessoas,
Prédios e lojas,
Mal os sinto, e esta é a verdade.

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Voltaria.

Crianças correm travessas,
Sorrisos de felicidade,
Brincadeiras da idade,
Correr pode ser tão divertido,
Gargalhadas do fundo,
Com sentido...
Com tudo.

Desvanecem ao longe,
A calma paira no ar...
O vento já não foge,
As folhas já não mudam de lugar.
É o silêncio da natureza,
Da certeza de poder voar
Sem voar realmente,
Do pensamento dormente.

Voltaria lá se pudesse,
Voltaria mesmo,
O corpo cresce,
A alma acompanha-o a medo,
Crescemos tão cedo...

Não há um segundo descansado,
O tempo é sempre esperançado,
Leva a sua a melhor,
Não espera...
E o corpo pior,
Desesperado, vai morrendo...

A alma, essa irá regressar
Sempre que um sorriso genuíno
Seja ouvido,
Sempre que seja vista
uma brincadeira,
Sempre que a saudade da infância
Seja verdadeira.

quinta-feira, 26 de julho de 2007

A vontade do beijo.

O amor é complicado,
Não amamos quem queremos:
Acontece...
Sem sabermos que perdemos,
Remamos tanta vez
Que a memória esquece,
E os olhos que já são três,
Emolduram algo roubado.

O que são sentimentos?
O que realmente é, o que não é...
E o mais ou menos?
Nada está rotulado,
Nada é direito, engomado,
Estou tão amachucado
Que não sei onde começo,
Onde acabo...

Queria apontar o dedo,
Dizer que o amor está ali,
Olhar e senti-lo,
Mas estou um pouco a fingi-lo,
Quanto mais tempo enganarei
Esta vontade que se desfez assim que te beijei?

Serei sempre esta criatura complexamente complicada.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Toque.

Gosto do toque:
Da festa,
Do beijo,
Do abraço,
Do som do toque, do som da voz...

Mas porque não pode qualquer um preencher-me assim?

Preciso urgentemente de um amasso,
Quero já um abraço!
Dá-me, aperta-me já!
Não vou esperar,
Vou explodir,
Está a vir,
Não me vou despir,
Estou a sucumbir.

Preciso de ajuda,
Quem põe minha voz muda?
Mandem-me para o fim do mundo,
Deixem-me GRITAR!
Deixem-me arder sozinho,
Arder no mar,
Arder em vinho,
Negro.

Silêncio...
Oiço-me respirar,
Quero mudar e não consigo,
Estou tão perdido...
Tão pouco vivido e tão sofrido...

Inevitável é o salgado de lavado,
Sai como pecado,
Desmaia pela força
E assim, que ninguém ouça:
"Sou eu e eu sofro mais do que vivo, choro mais do que grito, preciso-me mais do que a vida"

terça-feira, 24 de julho de 2007

Sou eu.

Falo em felicidade,
Em merecê-la...
O que penso é verdade:
Não se trata de merecê-la.
Se o destino está traçado
De que vale estar preocupado?
De que adianta tentar alcançar algo
Se não ser feliz pode ser o meu fado?

Nada está traçado?
Continuarei a não ser feliz.
Diletante é o meu nome,
Sonharei alto como um nobre,
Mas cada sonho de giz,
Cada fino fio de cobre,
Desaparecerá com o vento,
Cairá como um pobre.

Pobres dos que não sonham,
Miseráveis dos que sonham e não lutam,
Sortudos os que podem sonhar e lutar,
Os que querem vingar e apenas não sonham...
Diletante sou eu,
Sonho alto, caio do céu,
Sonho de novo, fico sem véu...

Diletante,
Consciente...
Não combina, mas assim sou...
Como, minha gente?
Se sei o que me mata
Por que não lhe corto a vontade?
Sou eu, desgraça...
Sou partido, sou metade,
Num só corpo de mentira...

Nunca mudarei esta vontade?
Serei sempre esta falsa verdade?
Onde me levará?
Onde me perderei?
Vingarei?
Será?
Só queria...
...psiu! (Já partiu!)