quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Sentidos.

Vejo o céu azul
E a cor do vento,
Sinto o salgado do mar
E o gosto do meu lamento.

Sei por onde navegam as rochas,
Onde ficam as caravelas,
O que querem os pássaros
Que pousam nas janelas.

Oiço uma cantiga
E uma pintura,
Uma parede nua
Onde só vive verdura.

Toco nas rugas do pensamento
E no som do descanso,
No vazio da sala
Onde cheio de dor, danço.

Só não sei quem sou,
O que quero,
Não me sinto nem me dou
Ao que realmente espero.
Não me oiço nem me vejo,
Não me sinto nem alcanço
Este desejo,
Que é sentir o gosto do teu pranto.

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