quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Somos aqueles que são sendo.

Somos aqueles que são sendo.
Somos os que são,
Somos os que vão,
Somos os que têm medo
De não ter medo algum.
Somos nenhum.
Somos os em vão,
Somos os em cheio,
Somos os que têm rasgos
Nas calças despidas.
Somos todos
No centro,
Somos os que esperam
Que não saiam.
Somos os que rodam
E somos sentados
Sem volta,
Somos de cor.
Do vento que rosna
Somos por dentro
Do gosto, e na hora da despedida
Somos aqueles que são sendo.

(Título e inspiração na frase de Paulo: "Somos aqueles que são sendo" BLOG: http://senoceid.blogspot.com)

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Só pedia...

Amei sem querer,
Sem poder esquecer
O que me abre o peito
E me deixa assim sem jeito,
Sem olhos de futuro
Com tristeza no orgulho
Ferido, sem cura,
Com uma terrífica amargura
Que teima em não desaparecer.
E mais que peça para no espaço te perder,
O teu olhar esboça-me um leve sorriso
E o meu coração volta a aquecer
Mais uma vez sem ser preciso.

Só pedia serenidade,
Só pedia sinceridade,
Só pedia a verdade...

Sem ti saberei alcançar-me?
Não te vendo perderei este apêndice de dor?
Espero concentrar-me
Em ser feliz sem ti.

Dói tanto "sem ti",
Quanto mais me lavo em mar
Menos sinto vontade de avançar
Para longe do que vivi,
Mas em ti ficar
Significa ver-te sem mim,
Nem ao de leve te poder tocar,
Significa que apenas te vou olhar
Ao longe, com alguém
Que não eu, um ninguém.

Acredito que à medida que avanço,
Olharei para trás e sorrirei,
Mas hoje onde não há descanso
Só queria perder-me no sono
E tentar não me afogar
Para conseguir acordar,
Olhar para o meu pulso
E relembrar o desejo
Que sem uso
Me transforma no que não vejo.

sábado, 8 de setembro de 2007

Deixa-me fazer-te...

Deixa-me olhar-te,
Sentir o teu respirar
E poder venerar-te
Sem que fujas ao meu piscar.

Deixa-me tocar-te,
Passar minha voz no teu pescoço
E conseguir para mim virar-te
Sem que fujas como quem ruma a um fosso.

Deixa-me falar-te,
Abrir meu coração rasgado
E num aceno alcançar-te
Na essência do meu corpo espelhado.

Pouco posso fazer,
Pois apenas sou um aprendiz
Mas deixa-me aprender,
Deixa-me fazer-te
Feliz!