terça-feira, 14 de julho de 2009

Anos de um final vazio.

Será que tudo pode acabar num instante?
Anos a fio,
Cuidados com brio,
Alegria vibrante?

Deitado fico só de pensar,
Enterrado de entender
Que aconteceu,
Ou sou só eu?
Estou a perder?

Só me pergunto,
Não me sei responder
Nada acontece,
Sou mudo ao entardecer,
Sou cego até quando não me apetece.

Não conseguirei mais acreditar,
Numa palavra,
Numa vontade de estar
Sem na mentira pensar,
Sem o vazio esticar.

Chocado,
Incrédulo,
Estirado,
Trémulo...

Se frases já não fazem sentido,
Se acções não se explicam,
Como posso dizer que não estou perdido,
Se não sei onde todos ficam
Quando tudo pára?

Demasiados rodeios,
Poucas certezas,
Muitos meios
De dizer não
E nem um.

Seco num mar de sentimentos,
Preto numa concentração de cal,
A mente em tormentos
A vontade de saber o que está mal...

Zero,
Um mero
Redondo
Zero.

Vazio.

domingo, 5 de abril de 2009

Música da geração.

Ser um violino
E ter teclas de piano
Neste mundo cínico
Onde tudo é coberto de engano
É como correr ao som do vento,
É perder-se a cada contratempo
É voltar atrás e pegar,
Em tudo levar a força de uma geração
Que renega a vontade
E cai numa sedução
De vergonhosa verdade.
Renega, e refuta
E luta
E estremece,
Agita tudo, aquece,
Arrefece.
Voltou atrás, percorreu as teclas
Deste violino sem claves
Que nunca lhe deu as notas certas, aquelas abertas
A mudar o som de uma época.
E tudo recomeça, as cordas partem,
O som rebenta sem se ouvir...
Nada mais.
Não me matem,
Apenas quero-me sozinho a sentir.