terça-feira, 2 de outubro de 2007

Do ar da noite.

Dormem nas pedras da chaminé,
Deitam-se como garças,
E na noite, de pé,
Vestem suas farsas
E fogem do medo.

Retalham a vida que há,
E a que já jaz,
É trocada,
É vingada
Na sombra da lua
Sem véu,
Na luz do céu
Que empurra as estrelas.

Rodadas em pano,
Gritam em chamas viúvas
Que lhes envergam o engano
Do ar da noite.

Regressam de ventre lavado
Na fonte seca,
Dos olhos ao nariz acordado
Não há quem aguente e lhe meta
A cabeça de mel,
Na sarjeta
Sem nada, sem papel.

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