quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Só pedia...

Amei sem querer,
Sem poder esquecer
O que me abre o peito
E me deixa assim sem jeito,
Sem olhos de futuro
Com tristeza no orgulho
Ferido, sem cura,
Com uma terrífica amargura
Que teima em não desaparecer.
E mais que peça para no espaço te perder,
O teu olhar esboça-me um leve sorriso
E o meu coração volta a aquecer
Mais uma vez sem ser preciso.

Só pedia serenidade,
Só pedia sinceridade,
Só pedia a verdade...

Sem ti saberei alcançar-me?
Não te vendo perderei este apêndice de dor?
Espero concentrar-me
Em ser feliz sem ti.

Dói tanto "sem ti",
Quanto mais me lavo em mar
Menos sinto vontade de avançar
Para longe do que vivi,
Mas em ti ficar
Significa ver-te sem mim,
Nem ao de leve te poder tocar,
Significa que apenas te vou olhar
Ao longe, com alguém
Que não eu, um ninguém.

Acredito que à medida que avanço,
Olharei para trás e sorrirei,
Mas hoje onde não há descanso
Só queria perder-me no sono
E tentar não me afogar
Para conseguir acordar,
Olhar para o meu pulso
E relembrar o desejo
Que sem uso
Me transforma no que não vejo.

Um comentário:

Paulo disse...

Gostei e entendi, como seria de esperar.

Por mais que a perspectiva de futuro tenha várias potencialidades, é difícil deixar de nos preocupar com o presente.